Neste mês de julho, o Centro de Educação e Cultura Daruê Malungo abre suas portas ao público interessado em participar de oficinas de danças, vivência com grupos culturais ou assistir a espetáculos. A participação em quaisquer atividades é gratuita e não há necessidade de inscrição prévia. O Daruê Malungo fica na Rua Passarela, nº 18, entre os bairros de Campina do Barreto (Recife) e Peixinhos (Olinda).
Neste primeiro sábado (dia 13), das 10h às 12h, a dançarina colombiana Yara Cantillo, natural de Barranquilla, vai ministrar uma oficina de danças caribenhas afro-colombianas, em que pretende ensinar movimentos básicos e os ritmos do litoral norte da Colômbia.
Na mesma data, à noite, a partir das 19h, ela apresenta “Yugo”, resultado de seu estudo das influências africanas na cultura do Caribe colombiano. O espetáculo é inspirado num monólogo literário do escritor Roberto Burgos, em que a personagem principal é uma mulher escravizada durante a invasão espanhola.
Duas semanas depois, no sábado 27, também das 10h às 12h, os pernambucanos do Grupo Matulão de Dança realizam a oficina “Figuras do Bumbá”, em que apresentam os elementos da manifestação do bumba meu boi, originária do Maranhão, mas presente em todo o Nordeste brasileiro.
À noite, a partir das 19h, liderados pela coreógrafa Leila Nascimento, o Grupo Matulão apresenta o espetáculo “Bumba Meu Boi Bumbá”, atualizando a manifestação com temas como a resistência afro-brasileira, a identidade cultural e a religiosidade popular.
Leia também: Começa o Festival de teatro para crianças, no Recife
Batizado como “Kilombo Malungo - Ocupação”, o projeto liderado pela mestra Vilma Carijós visa popularizar o acesso à danças, formar um novo público para essas expressões artísticas e fortalecer o próprio Daruê Malungo como espaço de referência para danças negras no estado. O projeto tem apoio financeiro do Governo de Pernambuco, através do Fundo Pernambucano de Incentivo à Cultura (Funcultura).
A escolha dos artistas reforça o foco nas danças negras e populares e no processo de aquilombamento. As apresentações são sempre acompanhadas de uma oficina, buscando a integração com a comunidade, criando laços afetivos e garantindo aos participantes um dia inteiro de imersão cultural. As atividades acontecem na Sala de Dança do Daruê Malungo. O espaço é equipado com sistema de som, iluminação e piso de linóleo.
Orun Santana, coordenador pedagógico do Daruê Malungo, afirma que “a proposta é trazer novos trabalhos para dialogar com as formas de dança que fazemos no Daruê”. Ele também cita que “os espetáculos têm em comum a pesquisa direcionada à cultura popular ou à dança afro, reforçando o projeto político-pedagógico do Daruê”, completa Santana. Vilma Carijós, presidenta do Daruê e coordenadora do projeto, completa que “no Daruê somos companheiros de luta, vivemos e aprendemos a ocupar o palco como nossa segunda casa”.
Idealizado e fundado por Vilma Carijós e pelo Mestre Meia Noite no ano de 1988, o centro Daruê Malungo atua com educação comunitária por meio das artes, desenvolvendo uma metodologia própria de ensino. O centro oferece programas educativos e culturais para crianças, jovens e adultos, com foco na promoção da cidadania, da cultura afro-brasileira e da justiça social.
Edição: Vinícius Sobreira