Pernambuco

SAÚDE

Pernambuco tem 118 casos de febre oropouche confirmados; Secretaria de Saúde recomenda repelente e roupa longa

Estado registrou a primeira morte fetal após a mãe ser contaminada pelo vírus; maruins são o vetor da doença

Brasil de Fato | Recife |
Mais comum na região amazônica, este ano a febre oropouche se espalhou pelo Brasil, que já registra mais de 7 mil casos e três mortes; em Pernambuco, ocorrem principalmente em áreas de mata e praia - Coleção de Ceratopogonidae do IOC/Fiocruz

Os novos casos de febre oropouche continuam a surgir em Pernambuco. O boletim epidemiológico da Secretaria Estadual de Saúde (SES) aponta 29 novos casos detectados da doença na última semana (encerrada no dia 3), concentrados em municípios da Zona da Mata e do Agreste do estado. Não existem vacinas para evitar o contágio e o Governo do Estado recomenda repelente, roupas longas e mosquiteiro.

Os principais sintomas da doença são as dores de cabeça intensas, febre alta, dores no corpo e nas articulações - em algumas pessoas surgem feridas na pele. O Brasil registra três mortes pela doença. As gestantes devem ter atenção especial. No último sábado (3) foi confirmada o primeiro caso de morte fetal, após a mãe contrair o vírus. Há ainda outros 8 casos de perda do feto que estão sendo analisados - quatro desses casos em Pernambuco.

A febre oropouche é transmitida pela pequena mosca Ceratopogonidae, o popular “maruim”, após ter picado um ser humano infectado. O inseto é comumente encontrado em regiões de praia, mangue, rios e outras fontes de água. Mas também pode ser encontrado em áreas urbanas com frequente alagamento e matéria orgânica - jardins, terrenos baldios e áreas de descarte de lixo. Áreas de mata ou com a presença de presença de bananeira, cacau e outras árvores frutíferas também são atrativas para o maruim.

O inseto circula mais nas primeiras horas da manhã e nas últimas horas do dia (das 16h às 18h). A Secretaria Estadual de Saúde recomenda evitar, nestes horários, os locais em que você possa estar exposto ao mosquito. Também há uma minoria de registros de transmissão da oropouche via muriçoca, segundo o Ministério da Saúde.

Para as pessoas que moram em áreas com elevada incidência de maruins, a Secretaria Estadual de Saúde pede que a população use roupas longas, cobrindo braços e pernas, além de reforçar o uso de repelente à base de icaridina. A SES menciona ainda a instalação de mosquiteiros em camas e de telas em portas e janelas.

Até o momento, o vírus oropouche foi identificado em pacientes de 19 municípios pernambucanos. Seis deles ficam na Região Metropolitana: Jaboatão dos Guararapes, Moreno, Cabo de Santo Agostinho, Ipojuca, Itamaracá e Camaragibe. Dez municípios ficam na Zona da Mata: Rio Formoso, Sirinhaém, Jaqueira, Catende, Água Preta, Maraial, Itaquitinga, Macaparana, Aliança e Pombos. E três no Agreste do estado: Timbaúba, Bonito e Garanhuns.

Os 29 novos casos registrados na última semana foram em Sirinhaém, Itaquitinga, Macaparana, Bonito e Garanhuns. Mais comum na região amazônica da América do Sul, este ano há mais de 7,2 mil registros de pacientes com oropouche em todas as regiões do Brasil. Apenas quatro estados ainda não possuem casos identificados: Rio Grande do Norte, Goiás, Distrito Federal e Rio Grande do Sul.

A Secretaria de Saúde de Pernambuco afirma, em informe à imprensa, que tem buscado ampliar o conhecimento sobre a arbovirose junto ao Ministério da Saúde, Fiocruz, Organização Panamericana de Saúde (Opas) e Instituto Evandro Chagas (IEC), na tentativa de desenvolver programas e estratégias mais eficazes de prevenção e controle das doenças. Por hora, a SES tem fortalecido a identificação dos casos.

Dengue, Zika e Chikungunya - O boletim epidemiológico de Pernambuco referente à semana que se encerrou no dia 3 de agosto aponta um total de 29.023 casos prováveis de dengue (inclui os casos confirmados e os ainda em investigação), um aumento de 425,4% em relação ao mesmo período de 2023. Destes 29 mil, apenas 28,7% (8.327 casos) tiveram confirmação até o momento, sendo 152 casos graves prováveis, além de 10 óbitos confirmados.

O levantamento também traz 4.678 casos prováveis do vírus Chikungunya, sendo 25% deles (1.184 casos) já confirmados. Já para Zika foram notificados 235 casos prováveis, mas sem confirmação até o momento.

Edição: Vinícius Sobreira