Até a próxima sexta-feira (30), a Polícia Civil de Pernambuco e a Polícia Científica estão coletando DNA de pessoas que estejam buscando familiares desaparecidos; coletando impressões digitais de pessoas vivas, mas com identidade desconhecida; e digitais de cadáveres não identificados. A iniciativa é parte de uma campanha nacional, coordenada pelo Ministério da Justiça e Segurança Pública, para identificação e busca de pessoas desaparecidas.
Em Pernambuco são 10 os locais onde o cidadão e a cidadã que tem familiares desaparecidos podem fornecer uma amostra de DNA e impressão digital. Na Região Metropolitana há apenas um ponto: o Instituto de Genética Forense (IGFEC), na rua São Geraldo, nº 111, bairro de Santo Amaro, Recife. Os outros 9 pontos ficam em Nazaré da Mata, Palmares, Caruaru, Garanhuns, Arcoverde, Salgueiro, Afogados da Ingazeira, Ouricuri e Petrolina. Os endereços podem ser lidos no fim da matéria.
As informações coletadas serão registradas num banco de dados nacional, onde será possível fazer comparações e testar vínculos genéticos, buscando a identificação desses familiares desaparecidos. Segundo o Ministério da Justiça e a Secretaria de Defesa Social (SDS) de Pernambuco, em nota enviada à imprensa, “o material genético será utilizado exclusivamente para a identificação de pessoas”.
Mas atenção: a rede onde esses dados serão inseridos é a mesma utilizada para a elucidação de crimes. São quase 300 pontos de coleta espalhados pelo país que formam a “Rede Integrada de Bancos de Perfis Genéticos” (RIBPG), entre os quais 23 laboratórios de genética forense (um deles em Pernambuco), responsáveis por fazer o cruzamento dos perfis genéticos. Em julho já haviam mais de 19 mil perfis genéticos coletados relacionados a casos de desaparecimento.
Para os familiares de uma pessoa desaparecida, o primeiro passo é registrar um boletim de ocorrência (BO) numa delegacia. No Recife, a família pode se dirigir à Delegacia de Desaparecidos e Proteção à Pessoa (DDPP), que fica no bairro do Cordeiro, na rua Dr. João Lacerda, sem número - é o mesmo prédio da DHPP.
Em seguida, o familiar deve se dirigir a um dos pontos de coleta de amostra de DNA informados na matéria. A pessoa deve levar seu documento de identificação e o número do boletim de ocorrência em que foi registrado o desaparecimento. A coleta de DNA é feita por amostra de saliva, procedimento rápido e sem dor. Também é sugerido levar, se possível, objetos de uso único e pessoal da pessoa desaparecida.
Dúvidas e esclarecimentos podem ser solucionados pelos seguintes canais de comunicação disponibilizados pela SDS: os telefones (81) 3183-5682, (81) 3183-5683, (81) 98494-3251 e o endereço de e-mail: [email protected].
Pernambuco tem 8 desaparecidos por dia em 2024
Instituída pela Lei nº 13.812 de 2019, a Política Nacional de Busca de Pessoas Desaparecidas tem na identificação genética um elemento crucial. Pernambuco é o 2º estado do país com maior número de identificações, com 83, o que corresponde a 18%. Segundo o perito criminal Jeyzon Valeriano, gestor do Instituto de Genética Forense, até hoje o IGFEC realizou “312 cadastros de familiares de desaparecidos e 1.690 perfis genéticos de restos mortais não identificados”.
Por outro lado, em Pernambuco foram contabilizados 1.694 casos de desaparecimento só entre janeiro e julho deste ano, uma média de 7,95 casos por dia, ou 55,7 por semana, ou ainda cerca de 240 pessoas desaparecidas por mês. Ao longo de 2023, Pernambuco registrou 2.860 sumiços. No Brasil, desde o início de 2024 foram registrados os desaparecimentos de 39.237 pessoas, uma média de 216 casos por dia.
Além do Recife, onde fazer a coleta de DNA e digital em Pernambuco?
Na Zona da Mata há dois pontos de coleta, em Nazaré da Mata e Palmares. A Unidade de Polícia Científica da Mata Norte (URPOCMN) fica na rua Leão Coroado, nº 333, em Nazaré; e a Unidade de Polícia Científica da Mata Sul (URPOCMS) fica na rua Projetada, sem número, bairro de São Sebastião, Palmares.
No Agreste há mais dois pontos, em Caruaru e Garanhuns. A Unidade de Polícia Científica Agreste Central (URPOCAC) fica no quilômetro 130 da BR-232, sem número, bairro de Indianápolis, Caruaru; e a Unidade de Polícia Científica do Agreste Meridional (URPOCAM) fica na avenida Ministro Marcos Freire, nº 490, bairro de Heliópolis, Garanhuns.
E há mais cinco unidades de coleta no Sertão do estado, nos municípios de Arcoverde, Salgueiro, Afogados da Ingazeira, Ouricuri e Petrolina. Em Arcoverde é a Polícia Científica do Sertão do Moxotó (URPOCSM), que fica na rua Sebastião de Souza Ferraz, nº 96, bairro de São Miguel. Em Salgueiro é a Polícia Científica Sertão Setentrional (URPOCS), na rua Joaquim Sampaio, nº 321, bairro de Nossa Senhora das Graças.
Em Afogados da Ingazeira fica a Polícia Científica do Sertão do Pajeú (URPOCSP), na rua Valdivino José Praxedes, sem número, bairro de Morada Nova. Em Ouricuri é a Polícia Científica do Sertão do Araripe (URPOCSA), na rua Luiz Gonzaga do Nascimento, nº 260, bairro Renascença. E por fim a unidade da Polícia Científica do Sertão do São Francisco fica em Petrolina, na avenida Sete de Setembro, sem número, bairro de Jardim Maravilha.
Edição: Vinícius Sobreira