Começa nesta terça-feira (17) o 33º Festival de Teatro do Agreste (Feteag), que levará 20 espetáculos de dança e teatro para os palcos do Recife e Caruaru até o dia 29 de setembro. A abertura acontece no Teatro Santa Isabel, a partir das 19h, com “Zona Franca”, da companhia Cia Suave (RJ). Todos os espetáculos são gratuitos, com ingressos reservados antecipadamente na plataforma Sympla.
A abertura, na capital pernambucana, fica a cargo do espetáculo dirigido por Alice Ripoll. Nesta terça e quarta-feira (17 e 18), às 19h, “Zona Franca” mistura danças das periferias urbanas do Recife, Rio de Janeiro e de outras regiões do país, propondo uma discussão sobre coletividade e a caminhada do Brasil em direção à autodestruição. A peça já foi levada aos palcos da Inglaterra, Irlanda, França, Bélgica e Alemanha. As duas apresentações são no Teatro Santa Isabel, bairro de Santo Antônio, centro do Recife.
Também na capital pernambucana, às 19h, mas na quinta e sexta-feira (19 e 20), é a vez de “Meu corpo está aqui”, da companhia Fábrica de Eventos. O espetáculo aborda afetos e sexualidade e conta com um elenco de pessoas com deficiência. O texto e direção são de Julia Spadaccini e Clara Kutne. As apresentações são no Teatro Hermilo Borba Filho, bairro do Recife.
Mais de 200 ingressos foram distribuídos para famílias rurais de assentamentos ligados ao Movimento dos Trabalhadores Sem Terra (MST), e para famílias em situação de vulnerabilidade alimentar atendidas pela campanha Mãos Solidárias. Eles estarão na plateia durante os dois primeiros dias de espetáculos no Recife, para assistir a “Zona Franca”. A iniciativa reforça a proposta de descentralizar e democratizar os espetáculos artísticos, formando novos públicos.
Fábio Pascoal, produtor e idealizador do festival, afirma que o festival chama para si a responsabilidade de promover o diálogo entre diferentes, levando aos palcos temas contemporâneos e fundamentais. “O teatro é uma plataforma que permite - através do convívio, da coletividade e da empatia - trabalhar questões de identidade, diversidade, inclusão e justiça social. O Feteag é um festival que também questiona e propõe novas formas de pensar e estar no mundo”, diz Pascoal.
“O Velho Relojeiro”, da Trupe Motim de Teatro (CE), abre o festival em Caruaru, na tarde do sábado (21) / Divulgação
Com sua primeira edição em 1981, o Feteag busca fortalecer a região Agreste de Pernambuco na rota das artes cênicas do Brasil e do exterior. Em suas 32 edições, já levou aos palcos mais de 1,1 mil espetáculos do Brasil e de mais 10 países. Nesta 33ª edição, os 20 trabalhos vêm de 10 estados brasileiros. Dois espetáculos sobem aos palcos do Recife (na “Mostra Recife”) e outros 18 nos palcos de Caruaru.
Mais 18 espetáculos em Caruaru
Em Caruaru, são 12 espetáculos na “Mostra Argemiro Pascoal”, deste sábado (21) ao dia 29 de setembro. A principal mostra do Feteag estará nos palcos do Teatro Lycio Neves (ou Teatro Experimental de Arte - TEA, bairro de Indianápolis) e do Teatro Rui Limeira Rosal (SESC, bairro de Petrópolis). As obras são de companhias artísticas da Bahia, Ceará, Alagoas, Rio Grande do Norte, Maranhão, Piauí e Minas Gerais. Atenção à classificação etária: algumas obras são de censura livre, mas outras, pelas temáticas abordadas, são para maiores de 16 ou de 18 anos.
Ainda em Caruaru, entre os dias 23 e 27 de setembro, o Feteag realiza a “Mostra PE”, que leva cinco espetáculos de companhias pernambucanas aos palcos do Teatro Rui Limeira Rosal (SESC), sempre às 19h. Também na semana de 23 a 27, mas no Teatro João Lyra Filho (bairro de Maurício de Nassau), a “Mostra Erenice Lisboa” - voltada para crianças - apresenta “Brincando no Escuro”, da companhia Maktub Teatro e outras Invencionices, sempre às 9h da manhã. O objetivo desta mostra é formar novos espectadores do teatro. Confira a programação completa no link ou na publicação abaixo.
Além das apresentações artísticas, a Feteag promove atividades formativas. Às 20h desta sexta-feira (20), acontece a mesa de abertura do festival em Caruaru, no Teatro Lycio Neves (TEA). Com tema “Diálogos transversais: questão de gênero”, a mesa terá participação de Hblynda Morais (PE), Renata Carvalho (SP) e mediação de Lucimary Passos (PE).
De 23 a 28 de setembro, das 9h às 13h, o Lycio Neves (TEA) recebe a oficina - realizada por Alexandre Américo - para a montagem do espetáculo “Sal: como durar o tempo”, do Rio Grande do Norte, que vai aos palcos do mesmo teatro no sábado, dia 28, com os participantes da oficina integrando o elenco. Todas as vagas para a atividade já foram preenchidas.
Realizado pelo Teatro Experimental de Arte (TEA Caruaru) e pelo Ministério da Cultura, o Feteag 2024 tem incentivo financeiro do Governo de Pernambuco, através da Secretaria de Cultura, com recursos federais enviados via Lei Paulo Gustavo. O festival também conta com o patrocínio da Redecard Itaú, apoio cultural da Rede Asa Branca e apoios institucionais do Consulado da França no Recife, Institut Français/Aliança Francesa, rede Sesc, Centro de Artes e Comunicação da Universidade Federal de Pernambuco (CAC/UFPE) e da Prefeitura do Recife, através da Secretaria de Cultura.
Edição: Vinícius Sobreira