É sobre focar no que nos cabe. Sobre entender tamanho, capacidade, lugar de fala, jurisdição
É com amor que se fala que nem em tudo a gente manda, que nem tudo se resolve. Que é de cada um fazer o que se acredita do bem e o que se pensa bom. Sabedoria do povo construída em matéria de carbono e silicato. Filosofia esculpida na pedra do tempo e reafirmada de vento em vento, de luz em luz.
Se percebe por olho, ouvido, nariz e boca. Se percebe por pene bastando ser pra sentir. Que nossa parte tem limite e acaba no fim do corpo. Quando sai da gente é ação e pode repercutir pra frente até chegar no acaso. Não é mais nossa a onda que a pedra faz na água. Tem uma hora que encontra peixe, pedra, vento, margem.
Paixão que move é missão. Tarefa que se escolhe não porque vai dar certo, mas porque faz o juízo brilhar. Sem garantia no sucesso, o êxito começa onde termina o controle. Decidir não poder é tão poderoso que nem decisão é. Só é.
O universo em seus códigos. As criaturas em símbolos, amores, horizontes, sentidos. Interações que se percebem, reações que se escondem.
E se o projeto não for aprovado? Se a candidata não for eleita? Se o boyzinho não der bola nem ligar no outro dia? Se o auditório ficar vazio e o livro permanecer na prateleira?
E se ninguém atender? Se o goleiro defender ou o juiz anular? E se ninguém nunca encontrar o poema que um dia eu coloquei numa garrafa e lancei no oceano?
É sobre reconhecer limites, celebrar possibilidades, encontrar-se no mundo:
É sobre focar no que nos cabe. Sobre entender tamanho, capacidade, lugar de fala, jurisdição. É sobre amar e ser amado.
Faz o teu, bença.
Edição: Vinícius Sobreira