Pernambuco

ELEIÇÕES 2024

Em Olinda, esquerda surpreende e Vinicius larga como líder para 2º turno, contra Mirella, candidata da gestão

Pesquisas indicavam liderança de Mirella Almeida (PSD), candidata do prefeito Lupércio, com 2º lugar incerto entre os de

Brasil de Fato | Recife |
As pesquisas apontavam Vinicius Castello (PT) com menos de 20%, empatado em 2º lugar, sem vaga certa no 2º turno - Reprodução

Na disputa eleitoral de Olinda, na Região Metropolitana do Recife, o candidato do PT, Vinicius Castello, contrariou as pesquisas e chega como líder para o 2º turno das eleições. O jovem, que é vereador em primeiro mandato, conquistou 80,4 mil votos (38,75% dos votos válidos), superando em muito os números indicados nas pesquisas de intenção de voto, que o colocavam variando entre 15% e 20%.

Vinicius Castello (PT) é um jovem de 30 anos, negro e gay, que sempre viveu na periferia de Olinda. Ao longo de sua trajetória, trabalhou como defensor de Direitos Humanos em organizações da sociedade civil. Em 2020, em sua primeira candidatura, foi eleito vereador de Olinda. Em 2022 tentou a sorte para deputado estadual, mas não foi eleito.

Leia: Trabalhadores Sem-Teto elegem sua primeira vereadora no Recife

PSB, PL e Novo crescem, enquanto PT e Psol perdem cadeiras na Câmara do Recife

Sua adversária, isso sim sem surpresas, será Mirella Almeida (PSD), candidata apoiada pelo atual prefeito Lupércio (PSD). Ela recebeu 62,3 mil votos (30%). A votação acontece daqui a três semanas, no domingo dia 27 de outubro. Ela também tem 30 anos e foi secretária na gestão Lupércio.

Em 3º lugar ficou a bolsonarista Izabel Urquiza (PL), que recebeu 51,5 mil votos (24,8%) e chega agora à sua 4ª candidatura derrotada em sequência na disputa pela Prefeitura de Olinda. O 4º colocado foi o atual vice-prefeito Márcio Botelho (PP), que recebeu 9,9 mil votos (4,8%).

Outra surpresa, agora negativa, foi Antônio Campos (PRTB), que aparecia com cerca de 10% nas pesquisas de intenção de votos, mas recebeu apenas 3,1 mil votos (1,5%), ficando à frente apenas de Clécio Basílio (PCO) e seus 166 votos.

Olinda já foi governada pelo PCdoB durante 16 anos (2001 a 2016), até Lupércio Nascimento superar, em 2016, Luciana Santos (PCdoB) e Teresa Leitão (PT), hoje ministra e senadora, respectivamente. Em 2020, Lupércio foi reeleito no 1º turno, superando o deputado estadual e ex-prefeito do Recife, João Paulo (então no PCdoB, hoje no PT).

Desde 2016 os partidos de esquerda sequer chegaram ao 2º turno, vivendo um enfraquecimento na cidade, o que se reflete também nas bancadas de vereadores eleitas neste domingo (6). A população elegeu uma vereadora do PT, enquanto PCdoB, PSB e Psol saíram sem garantir uma cadeira sequer.

Leia também: João Campos, do PSB, é reeleito prefeito do Recife com 78% dos votos

Em Jaboatão, Mano Medeiros, do PL, esconde Bolsonaro e é reeleito no 1º turno

Vereadores

A Câmara de vereadores de Olinda tem 17 cadeiras. A maior bancada será a do PSD, que conquistou cinco cadeiras (29,5%). Os eleitos foram Mizael Prestanista, Felipe Nascimento, Professor Marcelo, Denise Almeida e Jesuíno Araújo.

A segunda chapa de vereadores mais votada foi a da Federação Brasil da Esperança (PT, PCdoB e PV), que elegeu três parlamentares (17,6% das cadeiras da Câmara). Os eleitos foram Eugênia Lima (PT), Simplício (PV) e Labanca (PV). Também com três cadeiras está a chapa do Avante, que elegeu Ricardo Sousa, Márcio Barbosa e Biai.

Em 5º, com dois vereadores eleitos, estão o MDB e o PL. Os eleitos pelos partidos foram Saulo Holanda (MDB), Milcon Rangel (MDB), Jadilson Bombeiro (PL) e Sarmento (PL). Com um único vereador eleito estão o DC (Iran Barbosa) e o Agir (Sardinha).

Participaram do pleito, mas ficaram sem vagas, os partidos: PSB, PP, Novo, PSDB-Cidadania, PDT, Podemos, Psol-Rede, PRTB, Solidariedade, Mobiliza, PRD e União Brasil - além do PCdoB, integrante da Federação Brasil da Esperança.

Edição: Vinícius Sobreira