Pernambuco

SOCIEDADE CIVIL

No Rio, pernambucana entrega demandas da sociedade civil para países do G20

A fundadora da Gestos representou 1,7 mil ONGs de 91 países; Lula se comprometeu a entregar demandas aos demais líderes

Recife (PE) |
Alessandra Nilo entrega o Policy Pack do C20 para a primeira-dama Janja da Silva, representante do governo brasileiro no evento - Cláudio Kbene

Nesta quarta-feira (13), a pernambucana Alessandra Nilo, uma das fundadoras da ONG Gestos, entregou à primeira-dama Janja da Silva um “pacote de recomendações da sociedade civil” para os países que compõem o G20. As sugestões focam em temas como igualdade de gênero e de raça, combate à fome, justiça climática e mudanças no funcionamento da economia mundial. O G20 é o grupo de 19 países com as maiores economias do planeta, além de representantes da União Europeia e da União Africana.

Nilo destacou que os grandes problemas do mundo também se manifestam na vida cotidiana da população. “O C20 nos ajudou a perceber como temas globais impactam nas realidades locais, mostrando para todos nós o quanto o contexto internacional se reflete no local”, disse ela. Sem governo Bolsonaro, Alessandra também celebrou o “ambiente democrático” em que aconteceram as atividades. “Isso permitiu um maior diálogo entre nós e os representantes governamentais”.

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O Pacote de Políticas Públicas (“Policy Pack”, acesse aqui) foi elaborado pelo encontro do “Civil 20”, ou “C20”, que reúne 1.700 entidades da sociedade civil de 91 países. Nilo foi a responsável pela articulação e incidência política (cargo chamado de “sherpa”) do C20 este ano. Ao longo do ano, 10 grupos de trabalho sobre temas específicos realizaram encontros para definir as recomendações prioritárias. O grupo da sociedade civil se reuniu com o presidente Lula na última segunda-feira (11). Entre os pedidos das ONGs, o apelo para que o líder brasileiro conduza o G20 a tomar medidas urgentes sobre a crise humanitária no Haiti.

Nos dias que antecedem o encontro dos líderes mundiais, acontecem eventos paralelos onde são elaborados documentos com recomendações para as nações do G20. Acontecem encontros com as temáticas de juventude (“Y20”), mulheres (“W20”), sindicatos (“L20”), deputados e senadores (“P20”), think tanks (“T20”), cientistas (“S20”), oceanos (“O20”), empresários (“B20”), questões urbanas das cidades (“U20”) e o “Civil 20”, que reúne diversas organizações da sociedade civil do Brasil e do mundo.

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Além do “C20”, começa nesta quinta-feira (14) e segue até o sábado (16) o “G20 Social”, inovação implementada pelo Brasil para ampliar a participação da sociedade civil. Com o tema “Construindo um Mundo Justo e um Planeta Sustentável”, o G20 Social tem 13 grupos de discussões para elaborarem reivindicações aos líderes mundiais. O presidente brasileiro também se comprometeu a levar este documento aos presidentes e primeiros-ministros que integram o G20.

A Cúpula dos Líderes do G20 é um encontro anual que este ano acontece no Rio de Janeiro (RJ), na próxima segunda e terça-feira (18 e 19). Além de Lula, o evento terá as presenças de Joe Biden (presidente dos Estados Unidos), Xi Jinping (China), Olaf Scholz (Alemanha), Keir Starmer (Reino Unido), Emmanuel Macron (França), Giorgia Meloni (Itália), Recep Erdogan (Turquia), Cyril Ramaphosa (África do Sul), Narendra Modi (Índia), Shigeru Ishiba (Japão), Yoon Suk-yeol (Coreia do Sul), Prabowo Subianto (Indonésia), Anthony Albanese (Austrália), Claudia Sheinbaum (México), Justin Trudeau (Canadá) e Javier Milei (Argentina).

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Edição: Vinícius Sobreira