Pernambuco

ESTADO LAICO?

No Recife, audiência pública debate realização de atividades religiosas em escolas estaduais

Sindicato dos professores do estado e políticos conservadores divergem sobre o tema; audiência foi convocada pelo MPPE

Recife (PE) |
Imagem de estudantes durante o intervalo bíblico na Escola Estadual Pedro Barros Filho, no bairro de Piedade, Jaboatão dos Guararapes - Reprodução do @intervalobiblico_pbf

Acontece na tarde desta quarta-feira (27), das 14h às 18h, a audiência pública “Ensino e práticas religiosas na rede estadual de ensino”. Convocado pelo Ministério Público de Pernambuco (MPPE), o encontro deve debater o ensino religioso nas instituições de educação públicas, mas também a realização dos chamados “intervalos bíblicos”, quando estudantes e professores se reúnem em atividades religiosas dentro do espaço escolar.

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A audiência acontece no auditório do Colégio Salesiano, escola privada e católica na Rua Dom Bosco, nº 551, bairro da Boa Vista, centro do Recife. Para participar é necessário que se faça a inscrição individual através de formulário online (clique aqui), sujeito ao limite de vagas no auditório. Cada participante só terá direito a falar por 5 minutos, seja para expor ideias, formular perguntas ou apresentar propostas.

Quem preferir assistir remotamente à audiência, o encontro também será transmitido ao vivo, online, através do canal do Ministério Público de Pernambuco na plataforma Youtube (clique aqui).

Professores x Conservadores

No fim de setembro, o MPPE promoveu reunião entre membros da Secretaria Estadual de Educação (SEE) e do Sindicato dos Trabalhadores da Educação de Pernambuco (Sintepe). O objetivo era debater o ensino religioso nas escolas da rede pública estadual. Na ocasião, integrantes do Sintepe chamaram atenção para o uso de espaços públicos escolares para a realização de “intervalos bíblicos” e de cultos evangélicos.

O encontro repercutiu entre políticos que se identificam enquanto evangélicos. Eles acusam o Sintepe de estar atacando a liberdade religiosa, o estado laico e o direito dos estudantes à reunião, o que é rebatido pelo sindicato. “Assim como a escola pública não pode favorecer partidos políticos nem campanhas eleitorais, não pode favorecer e abrigar nenhum templo religioso”, ratifica o Sintepe em carta pública que contou com apoio de entidades estudantis.

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A nota pública dos professores ainda critica tais políticos, que têm histórico de invadir escolas estaduais durante o horário de aula para constranger professores e gestores; além de ser frequente a divulgação, por estes políticos, de vídeos expondo adolescentes dançando nas escolas, conteúdo acompanhado de frases moralistas.

“São os parlamentares de ultradireita que difamam estudantes da Rede Estadual de Pernambuco, generalizam e desqualificam a escola pública. A política praticada por estes deputados não soluciona os problemas reais, como: merenda, climatização, infraestrutura e valorização das trabalhadoras e dos trabalhadores”, diz a carta divulgada pelos professores.

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