Pernambuco

ARTE E CULTURA

Espaço de teatro negro promove espetáculos que resgatam vivências, cultura e filosofias ancestrais afro-brasileiras

Desta quarta (4) ao sábado (7), Espaço O Poste recebe atividades de teatro, dança e palestra todas as noites

Recife (PE) |
Uma Encruzilhada nas Giras que o Mundo dá, d'A Kambada Preta, é uma das atrações do Espaço O Poste - Samuel Santos

Esta semana, na reta final de suas atividades em 2024, o espaço de teatro negro O Poste recebe quatro atividades, da quarta (4) ao sábado (7), que incluem espetáculos de teatro, dança e uma palestra. A Ocupação Espaço O Poste recebe recursos públicos através da Fundação Nacional da Arte (Funarte), do Governo Federal, a partir de seleção via edital em 2023. O Espaço O Poste fica na Rua do Riachuelo, nº 641, bairro da Boa Vista, centro do Recife.

Nesta quarta-feira (4), o espaço recebe o espetáculo “O corpo esculpe o ar, os anelos da ancestralidade”, resultado da Escola O Poste de Antropologia Teatral 2024 e encenado por 16 atores e atrizes desta turma. São cenas com histórias e vivências de diferentes fases da vida humana, dirigidas por Naná Sodré, sob inspiração de conceitos da pesquisadora Leda Maria Martins. A obra estreou nos palcos em novembro e realiza mais uma apresentação, às 19h. Os ingressos custam R$10, à venda na bilheteria do local e pela plataforma Sympla.

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Na quinta-feira (5) quem sobe ao palco d’O Poste é o professor, poeta e escritor Lepê Correia, com a palestra “Kandala Yetu: conversando sobre nós”, que promete abordar de forma leve e descontraída a história de desconstrução e negação das práticas, filosofias e ritos africanos - e como isso impacta a cultura e a vida do povo negro hoje. A atividade é gratuita e aberta ao público.

Na sexta-feira (6) o espetáculo é de dança, com “Caminhos”, do artista Fábio Soares, em apresentação única n’O Poste. A partir das 19h, o brincante une teatro, música e dança para abordar a vivência de terreiro e do brinquedo popular cavalo marinho, levando alegria, fantasia, realidade e dor. Seu espetáculo solo foi criado em 2014, a partir de suas experiências com o Cavalo Marinho Estrela de Ouro e com o Maracatu Leão de Ouro, ambos os grupos culturais da cidade de Condado, na zona da mata pernambucana. Ingressos por R$30 (inteira) e R$15 (meia), à venda na bilheteria do local e antecipadamente, na plataforma Sympla.


Fábio Soares leva aos palcos a sua experiência com o cavalo marinho, o maracatu rural e sua vivência de terreiro / Wellington Dantas

No sábado (7), o público pode assistir à peça “Uma encruzilhada nas giras que o mundo dá”, do grupo A Kambada Preta, formado por atores e atrizes formados na turma de 2023 da Escola O Poste de Antropologia Teatral. Na obra, ambientada no Recife, os personagens se veem numa encruzilhada, como numa gira de terreiro, contando suas histórias, memórias e aprendizados. O espetáculo tem direção de Samuel Santos e músicas originais de Iyadirê Zidanes. A apresentação acontece às 19h e os ingressos custam R$20 (inteira) e R$10 (meia), à venda no local e na plataforma Sympla.

Na próxima semana, encerrando o ciclo de atividades d’O Poste em 2024, tem o espetáculo “Se eu fosse Malcolm”, com Eron Vilar e o DJ Vibra, na sexta-feira (13); e o show musical “Canto de Recanto”, liderado por Lepê Correia e produzido por Afonjah, mas com participações de outros artistas, no sábado (14).

Naná Sodré, fundadora do grupo O Poste, fala em “extrema satisfação” por ter visto, no Espaço O Poste, “pessoas pretas e indígenas frequentando e se vendo representadas”. “Completamos 20 anos de luta e resistência na arte para que hoje O Poste seja esse local de aquilombamento e difusão da cultura negra no Recife”, diz Sodré.

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Edição: Vinícius Sobreira