A jornalista pernambucana Adriana Amâncio venceu o Prêmio Cláudio Weber Abramo de Jornalismo de Dados na categoria Inovação. Ela foi premiada pela série de reportagens “Caminhos da Alimentação - o que chega à mesa das mulheres negras”, em que trata da desigualdade racial e seus reflexos na alimentação diária, com foco em mulheres negras de Pernambuco. A série foi construída em parceria com o repórter fotográfico João Veloso e publicada no site de notícias da Associação Gênero e Número, da qual é correspondente no Nordeste.
As reportagens contam as histórias de Gercina agricultora assentada da reforma agrária e base do Movimento dos Sem Terra (MST) em Paudalho, na zona da mata norte de Pernambuco; Claudecir, jovem do Pina, no Recife; Lindalva, que mora numa comunidade em Aldeia, Camaragibe; e Maria da Conceição, moradora de uma ocupação sem teto no município do Paulista, na região metropolitana.
Nas reportagens, Amâncio mistura mapas, infográficos, vídeos e áudios. A jornalista, ao receber o prêmio, falou da importância do reconhecimento para a sua carreira, mas também para o jornalismo independente na região Nordeste. “Esse prêmio é um divisor de águas e confirma o potencial do jornalismo pernambucano e do Nordeste na produção de conteúdos de dados”, disse Adriana. “As diversas linguagens combinadas ao uso de dados podem conectar o público com uma pauta complexa como a segurança alimentar”, avaliou.
Adriana Amâncio tem 15 anos de carreira no jornalismo, com passagens por DW Brasil, Folha de S. Paulo e UOL, com experiência em temáticas de gênero e conflitos socioambientais. Já venceu o Prêmio Cláudio Weber Abramo noutra ocasião, com o podcast “Cidadãs das Águas”, focado no acesso à água para mulheres do semiárido nordestino.
O prêmio, criado em 2019, é promovido pela Escola de Dados da Open Knowledhge Brasil em parceria com a Associação Brasileira de Jornalismo Investigativo (Abraji). O nome é uma homenagem ao pioneiro do jornalismo de dados no Brasil.
Edição: Vinícius Sobreira